O cara do meu lado, franziu a testa, e apaticamente resmungou: “- esse povo é doente”. Então eu sorri, e quase chorei de emoção. Porque o “doente” estava a rodar uma bandeira do galo num sol de meio dia, no pirulito da praça 7.

… Foi a coisa mais linda que eu vi hoje.

sobre palitos

Ah, e se o ônibus não chegasse.
E a alegria,
nunca faltasse.
E se nosso tempo
corresse, parasse, voltasse
e a gente cantarolasse

qualquer coisa,
sobre amigos e palitos,
partidos,
em pedaços de saudade.

 Você mudou tanto,
que me apaixono todos os dias
pelos tantos de você,
que insistem em me deixar
tonta.

.

 

 

Você é tão bonito, que eu poderia ficar aqui, te olhando… até sempre. sem saber, o porquê, só de ver, eu fico querendo sair de mim e ficar em você. no seu cheiro, na sua língua, rima, verbo. No avesso, do teu verso. Ah! essa prosa vadia. que me arrasta, comove, complica, arde, alivia. depois… esquece, cala. e me deixa. maluca. num canto qualquer.

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O Centro.

correm.
e nunca vão.
saem.
e sempre estão.

duas bala um real.
compra, troca e desbloqueia celular.

malabarismo de gente
prostituição de poesia
concreta.

quatro pilha um real.
corte é três, escova é cinco.

o outdoor mudo,
acidentou-se vermelho
no sinal verde.

ouro! ouro! outro?!
quer fazer um cartão?

  

.

Deixei do violão
por hora
rouco, abusado, louco.

só tenho
tempo, agora
para
catar a poesia,
que derramas
pelo chão.

.

os juros sobem,
o dólar desce.
a neguinha sobe e desce.
havia bossa, trova e coragem.
mas o povo comeu.
por aqui, como vê,
a humanidade caminha.
desumana. sem rumo,
nem eu, espero mais
sr. Pero Vaz de Caminha.

ps: desculpe-me por demorar a responder vossa carta.

Tudo bem, eu também
não falaria comigo.
sou cretina, tenho
vícios, muitos
e imorais.
até café e vinícius
de moraes.

 

 

 .