Namoradeiro

Parecia uma fotografia
debruçado na janela,
pendurado na parede,
perdido no tempo.

Ele era o Monaliso
da tela sem porta,
sem tinta, sem saída.
Debruçado sobre os óculos

sem saber se a chuva vinha,
se o alívio vinha, se o bonde vinha.
Num inquietamento tão quieto,

que se houvesse janela
era ele o namoradeiro
do meu retrato pendurado.

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5 comentários sobre “Namoradeiro

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